A adoção de dietas com restrição severa de calorias e em especial os carboidratos tem aumentado consideravelmente e concomitante ao aumento de sobrepeso e obesidade a nível mundial.

No entanto, trabalhos recentes investigaram o efeito de dietas com restrição energética associados ou não à restrição de carboidrato na microbiota.
A ingestão reduzida de carboidratos pode reduzir os substratos energéticos no intestino grosso para estas bactérias. Um fator preocupante em dietas com baixa quantidade de carboidrato é relacionado ao teor de fibra, tendo em vista que este componente dietético está presente principalmente em frutas, grãos integrais e legumes.

A fibra tem papel terapêutico e preventivo em doenças relacionadas ao trato gastrointestinal, e sua restrição pode contribuir para o aumento de constipação intestinal, diarreia, menor produção de energia para as células do intestino grosso como butirato e também menor proporção de bifidobacterias

Conclusão

A obesidade pode ser causada por uma série de fatores, sendo o balanço energético positivo e a alteração na flora bacteriana um deles. O aparato dietético deve ser o principal agente no tratamento da obesidade, e a manutenção da microbiota pode ser um aliado importante.

Ao adotar um plano alimentar com restrição em carboidratos, deve-se atentar ao tempo de intervenção e à composição dos alimentos escolhidos, uma vez que esse macronutriente tem papel fundamental na composição e saúde da flora intestinal, podendo assim, favorecer ou prejudicar o processo de emagrecimento.

Nutricionista Marcella Giordano